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15/04/2010

Biro Biro



Biro Biro foi meu melhor amigo durante a vida toda dele. Foram as horas mais bem gastas ensinando ele a não fizer xixi dentro de casa; foi o dinheiro melhor empregado com ração e ossinhos.
Foram ótima noites tentando não esmagá-lo enquanto dormíamos. Foram as melhores brincadeiras com a bolinha na hora em que eu mais precisava estudar. Foram beijos molhados as 7 da manhã. Passeios noturnos na chuva para que ele não fizesse xixi em casa. Biscoitos caninos para não deixar ele ter tártaro. Muitos remédios contra vermes e muitas vacinas. Muitas visitas ao pet shop para novos cortes de cabelo. Muitas amizades feitas com veterinários e tosadores. Muito medo de tudo. Sacolas e caixas de papelão assassinas. Muitos jogos de futebol que passamos assistindo o papai jogar. Muito colo da mamãe por não aguentar voltar andando para casa. Sutiens destruidos. Chinelos mordidos. Dentinhos perdidos. Passeios de ônibus que sempre me faziam chorar de medo por ele estar no bagageiro do ônibus e muitas brigas com os motoristas que não deixavam ele viajar no meu colo. Muitos vômitos no carro do vovô. Muitas corridas na UFV. Muitas viagens de avião e muito calor no MT. Muito companheirismo na pior fase da minha vida. Muitas sonecas em que dormíamos de patinhas dadas. Muitos filmes e muitos lanchinhos. Mordidas no nariz e palmadinhas de leve no bumbum. Fotos e beijos. Blusinhas de frio sempre lavadinhas e cheirosas. Presentes novos toda vez que eu ía ao supermercado. Despedidas sempre com "eu te amo" e "não vou demorar meu bebê". Melhor cheiro do mundo. Secadores, escovas e perfumes depois do banho. Fugir do sol a todo custo. Fugir das crianças também a todo custo. Cumprimentar todos os cachorros da rua. Procurar o papai e dar mordidinhas nele por ele ter ficado tanto tempo no USA. Assistir só aos programas sobre animais na tv. Bichinhos de pelúcia. Muitas bolas, de todos os tamanhos. Chorar quando alguém chora. Curiosidade como ideologia de vida. Companheiro até no banheiro. Colo da mamãe quando estivesse cansado de brincar. Só dormir em lugar seguro e com a minha mão por perto. Muitos aeroportos. Shoppings. Caixas eletrônicos. Homeopatias. Edredons. Travesseiros. Amor da minha vida. Presente de Deus, de papai noel.

Obrigada, Biro. Você não foi um cachorro, você foi um anjinho, um filho... Volta para mim qualquer dia desses.

Te amo muito.

Um comentário:

  1. Ai Grampola...que texto lindo....
    Biro certamente é um anjinho muito feliz, por ter tido uma mamãe tão sensível....
    Um dia vcs vão se reencontrar....ele vai ficar amigo do Sheik e eles hão de sair por aí afora, juntos, piriguetando, isto é, "doguiritando" nas nuvens....(enquanto nós limparemos os cocôs deles...) vai demorar um pouquinho, mas vai rolar...verás....

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